Pessoa Física ou Jurídica: qual a melhor opção no regime tributário para dentistas?

Escolher entre atuar como Pessoa Física (PF) ou Pessoa Jurídica (PJ) é uma decisão importante para dentistas que desejam gerenciar seu consultório de maneira eficiente e lucrativa. 

A decisão afeta diretamente a tributação e a organização financeira do seu negócio odontológico. Aqui, exploramos as principais diferenças entre os regimes e os benefícios de cada um deles para ajudá-lo a fazer a melhor escolha para sua realidade.

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Dentista como pessoa física (PF)

Atuar como Pessoa Física (PF) significa que o dentista trabalha como autônomo, o que pode ser vantajoso para quem está começando com um investimento menor. A administração é mais simples, mas a carga tributária pode ser mais alta. O Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) é de até 27,5%, o que pode pesar no orçamento, dependendo do faturamento.

Os dentistas que escolhem essa modalidade podem usar um livro caixa para registrar as despesas dedutíveis, como folha de pagamento, energia elétrica, água e outros custos de manutenção. Contudo, é importante estar ciente de que, caso o dentista não tenha condições de honrar suas obrigações financeiras, seus bens pessoais podem ser usados para cobrir dívidas.

Vantagens:

  • Autonomia nas decisões;
  • Menor burocracia;
  • Simplicidade na gestão financeira.

Desvantagens:

  • Maior carga tributária (IRPF);
  • Responsabilidade pessoal por dívidas;
  • Menor acesso a crédito bancário.

Ler também: Imposto de renda para dentistas: como fazer a declaração?

Dentista como pessoa jurídica (PJ)

Ao optar por Pessoa Jurídica (PJ), o dentista se beneficia de uma carga tributária mais reduzida e de uma estrutura mais organizada. Existem três principais regimes tributários para PJ: Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional.

Lucro real

Nesse regime, os impostos são cobrados sobre o lucro líquido, após dedução das despesas operacionais. Se a clínica não gerar lucro, o imposto não será cobrado. Isso torna o regime vantajoso para negócios com margens de lucro menores ou que precisam de flexibilidade.

Lucro presumido

Ideal para clínicas que têm uma previsibilidade maior de faturamento. Aqui, a tributação é aplicada com base em uma margem de lucro presumida pelo governo, o que simplifica o cálculo dos impostos. Para os dentistas, a margem é de 32%.

Simples nacional

Indicado para clínicas com uma folha de pagamento grande, acima de 2% dos custos totais. Nesse regime, a carga tributária é simplificada, e os impostos são pagos de forma unificada.

Vantagens:

  • Redução significativa de impostos;
  • Maior organização financeira;
  • Facilidade para obter crédito bancário;
  • Menor burocracia para contratação de funcionários.

Desvantagens:

  • Requer maior investimento inicial;
  • A estrutura administrativa pode ser mais complexa.

Dentista como microempreendedor individual (MEI)

Embora seja uma opção popular para pequenos negócios, o MEI não é permitido para dentistas, pois essa categoria profissional exige formação especializada e regulamentação legal.

Microempresa (ME)

Dentistas que possuem uma clínica com faturamento de até R$360.000 por ano podem optar por abrir uma Microempresa (ME). A principal vantagem está na possibilidade de reduzir a carga tributária com o Simples Nacional, que unifica os impostos de forma simplificada.

Empresário individual

O Empresário Individual é o dentista que atua em seu próprio nome e não tem sócios. Esse modelo é indicado para quem não pretende dividir o controle da empresa, mas, diferentemente da Eireli, não há separação entre bens pessoais e empresariais, o que pode representar um risco em caso de dívidas.

EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada)

A Eireli permite que o dentista tenha uma empresa com um único sócio, mas com separação de patrimônio pessoal e empresarial. Isso protege o empreendedor em casos de dívidas, desde que não haja fraude. No entanto, é necessário um capital social mínimo de 100 salários mínimos para abrir uma Eireli.

Sociedade simples

Na Sociedade Simples, dois ou mais dentistas se unem para prestar serviços odontológicos. Nesse caso, a responsabilidade pelos débitos pode ser limitada ou ilimitada, dependendo do contrato social. A vantagem está na divisão de responsabilidades e na simplificação da gestão tributária.

Quando vale a pena ser pessoa física?

Ser Pessoa Física pode valer a pena se o dentista está começando com baixo investimento e deseja maior flexibilidade no gerenciamento de horários e projetos. Porém, a tributação pode pesar no longo prazo, especialmente se a clínica crescer e o faturamento aumentar.

Quando vale a pena ser pessoa jurídica?

Entre as principais vantagens para um cirurgião dentista atuar como PJ, é possível citar:

  • Redução de pagamento de impostos: como profissional liberal, os impostos podem chegar a até 40% entre I.R. e INSS, além de outras guias obrigatórias. Porém, atuando como Pessoa Jurídica é possível observar uma redução considerável nesses valores.
  • Aumento da organização financeira: sendo dono da própria clínica, o profissional pode ter mais controle e organização em todos os aspectos. Assim, o processo de crescimento também é facilitado.
  • Diminuição da burocracia: para Pessoas Jurídicas, a burocracia é muito menor em comparação com a quantidade de documentos que um profissional liberal precisa entregar para a RF anualmente, incluindo a contratação de funcionários.
  • Contratação de funcionários: a possibilidade de poder contar com uma equipe em sua empresa também pode ser vista como uma vantagem, já que os gastos com impostos e a menor burocracia podem facilitar ainda mais a expansão de funcionários.
  • Facilidade na obtenção de crédito bancário e negociação com operadoras de saúde: é fato que empresas contam com melhores condições de crédito do que Pessoas Físicas, já que as taxas de juros são menores e os prazos maiores ainda. Além disso, operadoras de saúde costumam oferecer um valor de repasse de procedimentos maior do que para os dentistas que atuam como PF.

Melhor modalidade de atuação para dentistas

Escolher entre Pessoa Física ou Pessoa Jurídica depende da realidade financeira e dos planos de crescimento do seu consultório. Se você está começando e prefere simplicidade, a Pessoa Física pode ser uma boa escolha. Porém, se o objetivo é expandir, contratar uma equipe e obter melhores condições de crédito, a Pessoa Jurídica oferece benefícios fiscais e administrativos que favorecem o crescimento sustentável.

Escolher o regime tributário ideal para dentistas é uma decisão que exige planejamento e análise das necessidades do seu negócio. Enquanto a Pessoa Física oferece flexibilidade, a Pessoa Jurídica traz benefícios financeiros e estruturais, especialmente para quem planeja crescer e expandir.

Independentemente da sua escolha, é importante contar com o suporte de ferramentas de gestão eficientes. Conheça o Dental Office, software de gestão odontológica que pode otimizar a administração financeira e fiscal da sua clínica!

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