Você já ouviu falar em odontologia para pessoas com necessidades especiais ou odontologia para pessoas com deficiência? Apesar de ser uma área pouco conhecida, essa é uma especialidade odontológica que tem sido cada vez mais procurada.
Nesse post vamos explicar melhor o que é essa especialidade odontológica, as definições do CFO sobre a área, como é o mercado de trabalho e a especialização, entre outros aspectos da odontologia para pessoas com deficiência.
Se você quer saber mais sobre esse assunto, continue lendo este post.
Qual é a definição de deficiência?
De acordo com o “Guia de Atenção à Saúde Bucal da Pessoa com Deficiência” elaborado pelo Ministério da Saúde, a deficiência “faz parte da condição humana e quase todas as pessoas têm ou terão uma deficiência, temporária ou permanente, em algum momento de suas vidas” (OMS, 2012).
Ainda de acordo com o artigo 2º da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015), são pessoas com deficiência:
“aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.”
Por isso, é essencial que profissionais da área da saúde, como médicos, dentistas, enfermeiros e afins estejam preparados para oferecer o melhor atendimento e tratamento a esses pacientes.
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O CFO e a especialidade de odontologia para pessoas com deficiência
O Conselho Federal de Odontologia (CFO) se refere à especialidade como “Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais”. Segundo o Conselho, existem apenas 801 dentistas especialistas nessa área em todo o Brasil.
No entanto, segundo o Guia elaborado pelo Ministério da Saúde com base nos dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2010, cerca de 45,6 milhões de pessoas no Brasil declararam ter alguma deficiência auditiva, física, visual e/ou intelectual.
Esse número corresponde a 24% da população brasileira à época do Censo. Isso demonstra que existe um número ínfimo de profissionais da odontologia que são especializados para atender esse público.
O que o CFO diz sobre essa especialidade?
No artigo 69 da Consolidação das Normas para procedimentos nos Conselhos de Odontologia, o conselho define a especialidade como:
“[…] especialidade que tem por objetivo a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e o controle dos problemas de saúde bucal de pacientes que tenham alguma alteração no seu sistema biopsicossocial. Leva em conta todos os aspectos envolvidos no processo de adoecimento do homem, importantíssimos na adequação do tratamento odontológico frente às necessidades dos mesmos, levando em conta a classificação de funcionalidade. Além disso, ter uma percepção e atuação dentro de um espaço de referência que tenha uma estrutura inter, multi e transdisciplinar, com envolvimento de outros profissionais de saúde e áreas correlatas, para oferecer um tratamento integral ao paciente.”
As áreas de competência do especialista
O artigo 70 do mesmo documento define as principais competências do especialista em “Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais”. São elas:
- prestar atenção odontológica aos pacientes com distúrbios psíquicos, comportamentais e emocionais;
- prestar atenção odontológica aos pacientes que apresentam condições físicas ou sistêmicas, incapacitantes temporárias ou definitivas no nível ambulatorial, hospitalar ou domiciliar;
- aprofundar estudos e prestar atenção aos pacientes que apresentam problemas especiais de saúde com repercussão na boca e estruturas anexas, bem como das doenças bucais que possam ter repercussões sistêmicas; e,
- inter-relacionamento e participação da equipe multidisciplinar em instituições de saúde, de ensino e de pesquisas.
Como é o mercado de trabalho na área?
Como vimos acima, existe um número baixo de profissionais especializados em odontologia para pacientes com deficiência.
E apesar de não ser uma obrigação ser especializado na área para tratar esses pacientes, realizar um curso específico de pós-graduação é essencial para oferecer um atendimento de qualidade e voltado especialmente para esse público.
É importante ressaltar que cada vez mais tem se falado sobre odontologia inclusiva e atendimento humanizado. Por isso, se especializar no atendimento a pacientes com deficiência deve ser uma opção a se considerar na carreira na odontologia.
O especialista pode atuar em hospitais, clínicas e consultórios particulares, consultório próprio, seguir carreira acadêmica ou até mesmo prestar concursos públicos para vagas específicas.
Quanto ganha um especialista em odontologia para pessoas com deficiência?
Segundo o site Salario.com, a faixa salarial de um especialista em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais fica em média entre R$ 3.000,0 e o teto em R$ 7.473,05.
Esses dados são baseados em uma pesquisa de salários no Brasil com base no Novo CAGED, eSocial e Empregador Web. Lembrando que os salários informados na página não contém adicionais salariais de nenhum tipo, como bônus, comissões, insalubridade, periculosidade, e afins.
Vale ressaltar que essa é uma média salarial, e que os valores podem variar de acordo com o Estado e a cidade onde o profissional atuará.
Como se especializar na área?
Para se tornar um especialista em odontologia para pacientes com deficiência, é necessário cursar uma especialização em um curso regularmente credenciado e reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).
O curso, por sua vez, precisa seguir algumas especificações do Conselho Federal de Odontologia, como por exemplo, ter no mínimo 1000 horas de duração. Outras especificações podem ser consultadas aqui (pag. 39).
Após a finalização do curso, é necessário realizar a inscrição no Conselho Regional de Odontologia onde o profissional irá atuar.
Por fim,
Você chegou ao fim de mais um conteúdo aqui no Blog Dental Office. Vimos aqui tudo o que você precisa saber sobre a especialização em odontologia para pessoas com deficiência: o que é, como está o mercado de trabalho neste aspecto e muito mais.
Esperamos que esse conteúdo tenha te ajudado a entender melhor sobre essa área da odontologia ainda pouco conhecida. Se esse post te ajudou, não deixe de compartilhar com os seus amigos e colegas de profissão, e claro, com a sua equipe.
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