A odontologia do trabalho é uma das especialidades odontológicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Odontologia. Como o próprio nome diz, esse profissional é o responsável por promover a saúde bucal dos trabalhadores em empresas e organizações.
Mas mesmo sendo uma das especialidades reconhecidas pelo Conselho desde 2012, a odontologia do trabalho é pouco conhecida no Brasil e conta com poucos profissionais. Segundo dados do próprio CFO o país conta com apenas 1.154 profissionais nesta especialidade.
Se você quer conhecer um pouco mais sobre a odontologia do trabalho, saber quais os seus campos de atuação, formação, salário e sobre a especialização como um todo, continue lendo esse post.
Como o CFO descreve a odontologia do trabalho?
O Conselho Federal de Odontologia (CFO), em seu artigo 67 da Consolidação das Normas para procedimentos nos Conselhos de Odontologia do CFO, define a especialidade de odontologia do trabalho como:
“a especialidade que tem como objetivo a busca permanente da compatibilidade entre atividade em meio ambiente laboral e a preservação da saúde bucal do trabalhador”.
Ou seja, esse especialista tem como objetivo preservar a saúde bucal do trabalhador. Neste caso, podemos fazer um paralelo com a medicina do trabalho, que também atua para resguardar a saúde do trabalhador.
Além disso, a especialidade busca compreender quais as relações entre o ambiente de trabalho e problemas bucais, bem como formas de diminuir o risco de doenças.
Essas ações ajudam tanto o trabalhador a ter mais saúde e entender melhor sobre cuidados dentários, quanto o empregador na redução de faltas por problemas de saúde.
O que faz um especialista em odontologia do trabalho?
Ainda de acordo com o CFO, o especialista em odontologia do trabalho tem uma série de atribuições. São elas:
- identificação, avaliação e vigilância dos fatores ambientais que possam constituir risco à saúde bucal no local de trabalho, em qualquer das fases do processo de produção;
- assessoramento técnico e atenção em matéria de saúde, de segurança, de ergonomia e de higiene no trabalho, assim como em matéria de equipamentos de proteção individual, entendendo-se inserido na equipe interdisciplinar de saúde do trabalho operante;
- planejamento e implantação de campanhas e programas de duração permanente para educação dos trabalhadores quanto a acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e educação em saúde;
- organizar estatística de morbidade e mortalidade com causa bucal e investigar suas possíveis relações com as atividades laborais;
- realização de exames odontológicos para fins trabalhistas; e,
- análise socioepidemiológica dos problemas de saúde bucal do trabalhador.
Vale ressaltar que existe um Projeto de Lei (422/2007) que tramita na Câmara dos Deputados para que as empresas sejam obrigadas, de acordo com normas a serem expedidas pelo antigo Ministério do Trabalho, a manter serviços especializados em odontologia do trabalho.
Essa mudança seria válida para empresas com mais de 100 funcionários, e entre os serviços estão “exames e atividades de prevenção, promoção, monitoramento e a manutenção dos serviços em saúde ocupacional na área odontológica”.
Atualmente o projeto está pronto para pauta na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
Você pode ver mais sobre a tramitação desse projeto clicando aqui.
Quanto ganha esse especialista?
De acordo com o site Salario.com, o dentista especialista em odontologia do trabalho ganha em média R$ 3.440,38 no mercado de trabalho brasileiro para uma jornada de trabalho de 42 horas semanais.
Essas informações são de acordo com pesquisa do própio site, junto a dados oficiais do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web com um total de 20 salários de profissionais admitidos e desligados pelas empresas no período de Dezembro de 2021 a Novembro de 2022.
Vale ressaltar que os salários informados não contém adicionais salariais de nenhum tipo, como bônus, comissões, insalubridade, periculosidade, acúmulo de função, hora intervalar, nem nada do tipo. Ou seja, somente o salário base mensal informado na demissão ou admissão em contrato de trabalho e/ou CTPS.
Como se especializar em odontologia do trabalho?
A especialização em odontologia do trabalho segue o mesmo princípio das demais pós-graduações.
Para ser um especialista em odontologia do trabalho é necessário realizar uma pós-graduação na área em universidades ou faculdades com curso reconhecido pelo Ministério da Educação e que atenda às normas do Conselho Federal de Odontologia.
Se enquadram também nesse quesito escolas de Saúde Pública, que mantêm cursos para cirurgiões dentistas e órgãos oficiais da área de Saúde Pública e das Forças Armadas.
Entre essas normas, o curso de odontologia do trabalho precisa ter no mínimo 500 horas de duração, e precisa ser concluído em até 24 meses.
Após o término do curso, é necessário realizar os trâmites de registro no Conselho Regional onde o profissional atuará, assim como é realizado com as demais especialidades odontológicas.
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Por fim
Esperamos que esse post tenha tirado a maioria das suas dúvidas em relação a especialização em odontologia do trabalho. Se você gostou desse conteúdo, não deixe de compartilhar com os colegas e amigos de profissão.
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