Inadimplência na odontologia em 2023: último trimestre lidera em pagamentos atrasados

Nos últimos anos, a inadimplência em consultórios odontológicos tem sido uma preocupação crescente para profissionais e pacientes. Uma pesquisa realizada pela Dental Office revelou uma tendência alarmante de alta da inadimplência nos últimos meses de 2023.

De acordo com os dados extraídos da base de clientes do software odontológico Dental Office, em dezembro do ano passado, dentistas que utilizam a ferramenta somaram mais de R$ 406 mil em pagamentos atrasados. Já em outubro foram mais de R$ 230 mil e novembro R$ 226 mil.

Esses números representam um desafio substancial para os profissionais que buscam manter a estabilidade financeira de seus consultórios, especialmente no final do ano, onde o período de férias afasta pacientes das clínicas e tratamentos, e muitas clínicas sofrem com falta de atendimentos.

Essa tendência é um reflexo das dificuldades econômicas enfrentadas por muitos pacientes, que podem estar adiando ou evitando tratamentos odontológicos devido a restrições financeiras, além de priorizarem o gasto do 13º salário e outras bonificações em outras frentes.

Além disso, fatores externos, como a instabilidade econômica geral podem ter contribuído para esse cenário preocupante.

Para o Dr. Fernando Versignassi, CEO da HelpDoc, empresa de regularização para clínicas e consultórios odontológicos e presidente da Associação Brasileira de Empresas de Odontologia (ABEO), “entre as principais motivações que levam à inadimplência, posso citar problemas financeiros dos pacientes, falta de planejamento financeiro, e também o desconhecimento sobre os custos. Pois alguns pacientes podem não ter total ciência dos custos envolvidos nos tratamentos odontológicos, o que pode levá-los a subestimar o valor a ser pago ou a não se prepararem financeiramente para os pagamentos”.

De acordo com dados do Serasa divulgados no Mapa da Inadimplência de Dezembro de 2023, o Brasil tem mais de 71 milhões de inadimplentes, sendo as dívidas com cartão de crédito e bancos os dois maiores causadores do nome sujo. 

Mas apesar do cenário desanimador, dentistas devem buscar formas de lidar com essa situação, implementando medidas para mitigar os riscos associados à inadimplência. 

Leia mais em: 6 dicas para melhorar a gestão financeira do consultório odontológico

Estratégias como políticas de pagamento mais flexíveis, além de opções diversificadas como cartões, pix, entre outros métodos, bem como o uso de tecnologia para gerenciamento de pagamentos, também ajudam nesse cenário e podem ser adotadas para enfrentar esse desafio.

“Para evitar esse cenário de inadimplência, é fundamental que as clínicas odontológicas adotem algumas medidas, como políticas de pagamento clara e transparente, parcelamento e formas de pagamento flexíveis, gestão eficiente de cobranças com um sistema eficiente de controle e cobrança de pagamentos em atraso e contratos claros e assinados detalhados com os pacientes, estabelecendo as condições de pagamento e os direitos e deveres de ambas as partes, o que pode ajudar a evitar desentendimentos futuros”, complementa o Dr. Fernando Versignassi.

Mesmo que a situação continue sendo uma fonte de preocupação para dentistas e gestores, é essencial reconhecer a importância de encontrar soluções sustentáveis para garantir a viabilidade financeira do consultório, ao mesmo tempo em que continuam a fornecer cuidados de qualidade aos pacientes.


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